Algumas notícias demonstram o que nosso laboratório vem apontando já há alguns anos: o declínio do poder americano tem levado ao surgimento de espaços contra-hegemônicos e dissensões nos países centrais. A primeira delas é que segundo o embaixador brasileiro na Rússia, José Vallim Antônio Guerreiro, os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) discutirão no mês de março a criação de uma agência de classificação de risco própria. Esta será uma iniciativa extremamente importante e que aprofundará a crise da hegemonia americana, pois até agora as três maiores agências, a Fitch, Moody’s e Standard & Poor’s, são norte-americanas e um instrumento de poder fundamental na manipulação e especulação financeira e na pressão econômica e política sobre os demais países. A notícia completa pode ser lida aqui: Opera Mundi. A outra notícia é a abertura de dois dos BRICS, a China e a Rússia para ajudar a Grécia do novo governo Syriza, financiando alternativamente o país, por fora da Troika e apoiando-a em sua defesa da reestruturação de sua dívida, como se pode ler aqui: Explícito Online. Isto, por sua vez, já causou descontentamento na UE e na Alemanha, como mostram as declarações do presidente do Parlamento Europeu, o alemão Martin Schulz, em relação ao apoio grego à Rússia e contra as novas sanções. No próprio seio da UE, segundo o Financial Times, cresce a resistência à política de sanções, as inviabilizando, principalmente pela recusa francesa e italiana e em algum grau alemã, como se vê aqui, como já havia ocorrido no G7, com a resistência alemã e japonesa, e a defesa destes dois países de negociações com a Rússia, como se lê aqui.
Fonte da imagem: Matéria Incógnita.