- Tema: A Pandemia e as múltiplas faces da crise capitalista: ponto de bifurcação?
- Período de submissão de artigos: de 15 de julho até 25 de outubro de 2020
- Lançamento: Novembro de 2020
A Pandemia da COVID-19 vem escancarando faces críticas da longa duração da acumulação capitalista. Ao mesmo tempo, torna-se parte mesma do processo. A crise pandêmica, neste sentido, tem o potencial de representar um ponto “bifurcador” histórico. Até sua eclosão, as conjunturas econômica, social, política e ideológica do capitalismo globalizado já apresentavam graves indícios de que estava por se aproximar algum evento que seria o estopim para um ponto bifurcador.
As taxas de crescimento econômico mundiais, apesar de um breve período de curto fôlego entre 2015-2018, apresentaram média de 2,73% entre 2009-2018, patamar histórico muito inferior a outros períodos. Depois da crise financeira, a “financeirização” aliou-se, enquanto lógica de acumulação, às políticas de Estado norte-americana e europeia aproveitando-se da gigantesca injeção de liquidez e provocando um distanciamento cada vez maior entre o valor dos ativos financeiros e a economia real das empresas e Estados. Do ponto de vista social a conjuntura pré-pandêmica esteve marcada pelo aumento da frequência e intensidade de protestos sociais como a primavera árabe e os levantes populares na América Latina. Esteve marcada também pela crise migratória e de refugiados que tomou proporções globais. Do ponto de vista político, a nível internacional, a ascensão dos BRICS, incluindo aí também outros processos correlatos de articulação institucional, representa um novo contrapeso de articulação geoeconômica e geopolítica. Do ponto de vista ideológico, a ascensão do neofascismo, a polarização dos resultados eleitorais no mundo e a cada vez mais central necessidade de decolonialidade em níveis multifacetados da sociedade e do indivíduo, como gênero, raça, sexualidade e periferização, confrontam-se neste amplo quadro conjuntural de longa duração da crise capitalista.
Neste sentido, como pensar a crise pandêmica? É realmente um ponto bifurcador? Como pensar a realidade destas diversas faces da crise capitalista tendo em vista sua sobreposição à crise pandêmica? Quais cenários são possíveis, quais estratégias, quais desafios? Enfim, como abocanhar o todo e qual seu significado de longa duração? Assim, convidamos à contribuição análises que possam mergulhar dentro destas diversas faces da crise pandêmica-capitalista. Serão também analisadas resenhas de livros escritos há no máximo cinco anos e que contribuam para o entendimento da crise capitalista e/ou dos impactos de pandemias na história das sociedades.
A coordenadora desta edição é Ísis Campos Camarinha – Doutora em Economia Política Internacional pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
O Boletim de Conjuntura do LEHC publica artigos e resenhas nas diferentes áreas da Ciência Política. Os trabalhos podem ser submetidos em português ou espanhol e, caso aceitos, serão publicados no idioma original.
Cada artigo deve conter contagem mínima de 17.800 caracteres com espaço, e máxima de 30.500; Para resenhas, os limites mínimo e máximo são de, respectivamente, 7.500 e 12.700 caracteres com espaço.
Formatação para envio:
- Fonte: Times New Roman;
- Tamanho: 12;
- Espaço entrelinhas: 1.5. Não colocar espaços antes e após os parágrafos;
- Alinhamento: justificado;
- Margens: 2.0 em todas as margens (papel A4).
- Citações e referências bibliográficas devem seguir as normas da ABNT.
Os trabalhos devem ser enviados, em formato Word, para o e-mail ufrj.lehc@gmail.com.
*O prazo para submissão de artigos foi alterado: do dia 15 de setembro de 2020, para o dia 25 de outubro.